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Traduzido por: Paula Tiveron e Rafael Azevedo
Introdução
A maneira como criamos as bezerras durante os primeiros meses tem uma influência duradoura em sua saúde e produtividade. Vários estudos têm demonstrado que a incidência da doença no início da vida pode retardar o crescimento, atrasar a idade em que as bezerras estão prontas para reprodução e até reduzir a quantidade de leite produzido na 1ª lactação. Um estudo recente no Journal of Dairy Science por pesquisadores da Michigan State University documenta novamente os efeitos negativos da doença no aleitamento sobre a produtividade futura em bezerras da raça Holandesa e enfatiza a importância do excelente manejo de bezerros jovens.
A Pesquisa
Os pesquisadores monitoraram bezerras nascidas em uma grande fazenda leiteira em Michigan, localizada no centro dos Estados Unidos. A fazenda tinha uma média de 3.500 vacas holandesas em lactação, com uma média de 12.250 kg/vaca. As bezerras foram criadas de acordo com as condições normais de alimentação moderna até a reprodução (> 12 meses de idade e > 363 kg), parto e primeira lactação. Um total de 4.489 registros foram coletados originalmente para o estudo e os dados do banco de dados do DairyComp 305 foram usados. Dados de bezerros machos foram excluídos, assim como registros incompletos ou imprecisos.
Os registros foram mantidos durante todo o período de recria até a primeira lactação. O ganho médio diário foi calculado com base no peso ao nascer e no peso ao desmame. Foram utilizadas idades na 1ª inseminação, 1ª concepção, idade ao parto, prenhez por inseminação e produção em 305 dias corrigida. Bezerras que tiveram doença respiratória bovina (DRB), diarreia, DRB + diarreia e “outras doenças”. A mensuração da doença foi coletada somente até o desaleitamento (70 dias de idade).
Os Resultados
No geral, a incidência de DRB, diarreia e outras doenças foi de 21,4%, 40,7%, and 53,6%, respectivamente. As idades médias para os primeiros eventos foram 33, 9 e 9 dias de idade, respectivamente, indicando que a diarreia geralmente ocorria mais cedo na vida e a DRB tendia a ocorrer um pouco mais tarde. Embora a morbidade antes do desaleitamento fosse > 50%, a mortalidade dos bezerros era < 2%.
A doença pré-desaleitamento aumentou o risco de as bezerras não chegarem ao serviço ou ao primeiro parto. Se uma bezerra tivesse DRB, era cerca de 14% menos provável de atingir a reprodução. Por outro lado, a diarreia não teve um efeito marcante sobre se uma bezerra alcançaria o serviço ou o primeiro parto.
A idade na 1ª inseminação tendeu a ser maior quando as bezerras tinham DRB (407 vs. 406 d de idade), e DRB + diarreia (408 vs. 406 d), mas não por diarreia ou outras doenças. As bezerras emprenharam em idade mais avançada se tiveram diarreia antes do desaleitamento (431 vs. 426 d de idade) e outras doenças (431 vs. 424 d). A idade ao primeiro parto era maior quando as bezerras tinham DRB (704 vs. 699 d), diarreia (704 vs. 697 d), DRB + diarreia (708 vs. 699 d), e outras doenças (704 vs. 696 d). Bezerras com histórico de DRB, diarreia, DRB + diarreia, ou outras doenças antes do desaleitamento são bezerras mais velhas do que bezerras sem essas doenças, embora as diferenças fossem de apenas 4 a 9 dias. Quando foi relatado que as bezerras tinham diarreia antes do desaleitamento, eles produziram uma média de 325 kg menos na produção de leite (305 dias corrigida para EM) na sua primeira lactação.
Resumo
Semelhante a muitos outros estudos, este interessante trabalho da Michigan State University indica a importância da saúde das bezerras para a produtividade futura de bezerras leiteiras. Investir em nutrição excelente, programas de manejo progressivo e monitoramento cuidadoso da saúde certamente renderá dividendos ao permitir que bezerras expressem seu potencial genético para a produção de leite quando entram na cadeia de ordenha.
Referências
Abuelo, A., F. Cullens, L. Brester. 2021. Effect of preweaning disease on the reproductive performance and first-lactation milk production of heifers in a large dairy herd. J. Dairy Sci. 104 (In Press). https://doi.org/10.3168/jds.2020-19791.